MÃE DE GÊMEOS JOGADOS PELA JANELA PODE PERDER A GUARDA DAS CRIANÇAS

Atirados pela mãe da janela de um apartamento do 4º andar em Sete Lagoas (MG), os gêmeos de 1 ano e 5 meses que comoveram o Estado na semana podem ficar sem família.

Na sexta-feira (9), o Conselho Tutelar de Sete Lagoas sugeriu ao juiz da Vara da Infância e da Adolescência da cidade que seja suspenso o poder familiar dos pais e avós das crianças, e que haja um estudo social para avaliar quem tem condições de assumir a guarda provisória dos irmãos.

Neste caso, ao ter alta dos hospitais em que são tratados, eles seriam acolhidos em um abrigo, até que haja uma decisão judicial.

O Conselho Tutelar informou que, três horas antes de ver os netos gêmeos serem jogados pela mãe da janela, a avó materna Fátima Alves Fonseca ligou para os conselheiros e disse que a filha Gisele Pereira da Fonseca, de 25 anos, estava nervosa, “quebrando tudo dentro de casa”.

Questionada sobre a segurança dos meninos, a avó garantiu que eles estavam protegidos no quarto. Uma conselheira ainda orientou Fátima a que chamasse a Polícia Militar, mas ela ficou com receio de que a filha pudesse ser presa.

Segundo o presidente do Conselho Tutelar, Idevair Barbosa Teixeira, Fátima ligou às 11h de quarta-feira (7) e essa não foi a primeira vez que o órgão foi acionado durante uma crise de descontrole emocional de Gisele.

Em setembro, um conselheiro foi chamado por PMs à casa da família, em outra discussão entre mãe e filha. O motivo da briga foi o ex-marido de Gisele e pai das crianças, Thales Gladmir Balduíno Lemos, de 23 anos. Fátima reclamava que o rapaz não dava assistência às crianças e era contra a insistência da filha em reatar o relacionamento.

Nas entrevistas com o conselho, Gisele também relatava agressões físicas praticadas pelo companheiro. De acordo com Idevair, no dia da confusão o conselheiro que foi à casa de Fátima não aplicou medidas protetivas porque o “momento de crise” de Gisele já tinha passado e parentes garantiram a proteção das crianças.

“Nunca recebemos denúncias sobre Gisele. Nenhum vizinho, nem mesmo o pai das crianças falou sobre maus-tratos ou ameaças. Nós acompanhamos essa família desde 18 de maio, quando o casal e as crianças mudaram de Nova Lima, na Grande BH, para Sete Lagoas. Eles nos procuraram por causa de dificuldades financeiras”, contou Idevair, salientando que o juiz também vai avaliar a conduta da avó materna, por ter deixado o apartamento no momento do suposto “surto psicótico” da filha.

Com a queda de 12 metros de altura, um dos irmãos sofreu traumatismo craniano e ainda está internado na UTI do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. Segundo Thales, o coágulo no cérebro não apresentou evolução e o menino está estável.

O outro menino, que teve fratura no fêmur, está em observação no Hospital Municipal de Sete Lagoas e se recupera bem. Desde a queda, a avó materna acompanha a internação do garoto que ficou na cidade, enquanto a avó paterna fica com o menino que é tratado na capital.

O pai dos meninos tentou a transferência do segundo filho para a unidade médica de Belo Horizonte, mas o pedido foi negado até que a Justiça defina para onde as crianças devem ir.

Thales Gladmir está confiante. “Vou entrar com o pedido de guarda na segunda-feira e tudo vai se resolver. Tenho total condição de cuidar dos meus filhos e minha família vai me ajudar. Eles não podem ir para abrigo, porque têm pai”. (Com informações do Estado de Minas).

FONTE: FONTE: www.espacovital.com.br